FÉ, GRAÇA E RESISTÊNCIA

Parafraseando o pastor Ed René Kivitz (na capa do seu livro - Outra Espiritualidade), faço das palavras dele, as minhas:

Outro em relação a qual? Que 'Cristianismo' estou abandonando para que em seu lugar apareça "outro"? É simples: estou abandonando o 'Cristianismo' do senso comum evangélico e saindo em busca Cristianismo do senso comum da tradição cristã.

Apresso-me em explicar. Considero 'senso comum' uma forma simples de me referir ao fato de que, apesar da enorme diversidade a respeito das características que identificam o ser evangélico, há um núcleo que resume como este segmento religioso da sociedade articula sua crença a seu modus vivendi.

Ao escolher o senso comum, admito que o 'outro Cristianismo' que busco não é uma novidade, mas um resgate dos aspectos essenciais à fé cristã conforme se estabeleceram nestes mais de dois mil anos de história. Outro Cristianismo, outra igreja, outro céu e outra fé!

sábado, 29 de dezembro de 2007

Teologia da Prosperidade - John Piper

Para os adeptos da Teologia da prosperidade...


sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Mostrando quem é o lider



"Líder cristão sabe, a exemplo de Cristo, que tudo o que tem e o que precisa recebeu e receberá de Deus, sabe que veio do Senhor e para Ele vai voltar, sabe quem é, porque é e para quem é, logo, não precisa de ninguém paparicando-o, nem autenticando a sua liderança".


Estava conversando com um casal amigo, que me contou o ocorrido em sua igreja de origem, no interior de São Paulo. O pastor titular resolveu mostrar a todos quem era o líder, e como deveria ser tratado. Na frente de toda a igreja, grande em número, o referido ministro do evangelho intimou cada um de seus doze discípulos a, na presença de todos, lamber o sal que havia colocado em sua mão e, ato contínuo, seus discípulos foram até ele e, cada um, lambeu um pouco do sal na mão do ungido.
Em Goiânia, um colega me explicou o ato do sal na mão. Disse-me que é o que se faz quando se deseja colocar arreio em cavalo rebelde. Coloca-se um punhado de sal na mão, leva-o até a boca do animal e, enquanto este está comendo na mão do dono, o arreio é colocado sobre o seu dorso, sem que ele reaja.


Jesus Cristo, conta a escritura, um dia, também, resolveu mostrar quem era o líder e de que maneira ele tinha de ser imitado: “Jesus, sabendo ... que o Pai tudo confiara às suas mãos, e que ele viera de Deus, e voltava para Deus, levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela.


Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Depois de lhes ter lavado os pés, tomou as vestes e, voltando à mesa, perguntou-lhes: Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou.


Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. ” (Jo 13.2-5; 13-16)O nobre colega, em questão deveria ler mais esse texto, aliás, ele e a turma da qual ele faz parte, que vive a dizer, tirando do contexto, o verso: “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.” (1 Sm 15.23)


Quem cometeu pecado de rebeldia, senão o líder, que usurpando a autoridade de Cristo submete seus discípulos à humilhação?


Quem cometeu pecado de rebeldia, senão o líder, que usurpando a autoridade de Cristo obriga seus discípulos a satisfazer a seus caprichos e suas decisões espúrias? Soube que na Bahia, um homem considerado como digno por seus pares, contrariando os seus valores, levou sua igreja apoiar certa candidatura para não incorrer no pecado de rebeldia em relação ao seu discipulador, que, depois de impor-lhe esse, mudou de idéia quanto a que candidato apoiar, decidindo apoiar um ímpio, sabe os céus porque razão.


Líder cristão demonstra a sua liderança lavando os pés de seus discípulos e não pedindo mais dinheiro.Líder cristão demonstra a sua liderança amando aos seus discípulos até o fim, a ponto de dar a vida por eles, e não pedindo melhores carros e casas.


Líder cristão é exemplo do que significa ser ovelha de CristoLíder cristão sabe, a exemplo de Cristo, que tudo o que tem e o que precisa recebeu e receberá de Deus, sabe que veio do Senhor e para Ele vai voltar, sabe quem é, porque é e para quem é, logo, não precisa de ninguém paparicando-o, nem autenticando a sua liderança.

É PROIBIDO PENSAR - João Alexandre

Procuro alguém pra resolver meu problema
Pois não consigo me encaixar neste esquema
São sempre variações do mesmo tema
Mera repetições

A extravagâncias vem de todos os lados
e faz chover profetas apaixonados
Morrendo em pé rompendo a fé dos cansados
Com suas canções

Está de bem com vida é muito mais que renascer
Deus já me deu sua palavra
e é por ela que ainda guio o meu viver

Reconstruindo o que Jesus derrubou
Re-costurando o véu que a cruz já rasgou
Ressuscitando a lei pisando na graça
Negociando com Deus

No show da fé milagre é tão natural
Que até pregar com a mesma voz é normal
Nesse evangeliquez universal
Se apossando do céus

Estão distantes do trono, caçadores de Deus
Ao som de um shofar
e mais um hino importado dita as regras
Pra nos escravizar.

é proibido pensar (5x)

Procuro alguém pra resolver meu problema
Pois não consigo me encaixar neste esquema
São sempre variações do mesmo tema
Meras repetições
Meras repetições
É proibido pensar

Querendo ouvir a música click no link abaixo

http://www.mp3tube.net/br/musics/Joao-Alexandre-E-pribido-pensar/86383/

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Graça

Graça ela assume a culpa
Ela cobre a vergonha
Remove a mancha
Poderia ser o nome dela
Graça é o nome para uma menina
Também é um pensamento que mudou o mundo
E quando ela anda na rua
Você pode ouvir os violinos
Graça encontra bondade em tudo
Graça, ela tem um jeito de andar
Não como uma modelo nem como um bêbado
Ela tem tempo para falar
Ela viaja para fora do karma
Ela viaja para fora do karma
Quando ela vai trabalhar
Você pode ouvir os violinos
Graça encontra beleza em tudo
Graça, ela carrega um mundo em seus quadris
Não há taça de champanhe para seus lábios
Não há giros ou pulos entre os dedos
Ela carrega uma pérola em perfeitas condições
O que antes era dor
O que antes era atrito
O que deixava uma marca
Não fere mais
Porque a Graça cria a beleza
A partir das coisas feias
A Graça cria a beleza a partir das coisas feias

Lenine - Paciência

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

CONFIRA U2 FALANDO DA GRAÇA DE DEUS EM CRISTO:

U2 - BONO - FALA PARA 70000 PASTORES: -"pastores,sintam-se livres para sair e dormir..."

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Qual a diferença entre espiritualidade e religião?

Espiritualidade é a experiência humana do sagrado, transcendente, divino. Religião é a maneira como o ser humano organiza e vivencia esta experiência. Espiritualidade é uma experiência humana universal. Religião é uma experiência humana condicionada a dogmas, ritos, códigos morais e grupos de pessoas que acreditam nas mesmas coisas e celebram sua espiritualidade da mesma maneira.

As religiões mais conhecidas no mundo são Judaísmo, Islamismo, Cristianismo, Hinduísmo e Budismo. A espiritualidade é o que os seres humanos têm em comum. Por exemplo, tanto o Dalai Lama quanto o Papa Bento XVI têm uma espiritualidade, mas têm religiões diferentes. Um é budista e outro é cristão. Em termos simples, assim como o ser humano tem corporeidade (relação com o corpo) e racionalidade (relação com a mente), também tem espiritualidade (relação com as realidades espirituais).

Religião é maneira como cada ser humano desenvolve e pratica sua espiritualidade.Por que “outra espiritualidade”?Dentro de cada religião existe um número variado de maneiras de vivenciar a espiritualidade. Por exemplo, no Cristianismo a espiritualidade pode ser vivida de uma forma Católica Romana e outra Protestante, e mesmo dentro do Protestantismo, existem ramificações como o protestantismo histórico, o pentecostalismo e o neo-pentecostalismo. No Brasil, os protestantes ficaram conhecidos como “evangélicos”. Isto é, “evangélico” é um ramo do protestantismo, que por sua vez é um ramo do Cristianismo, que por sua vez é uma das cinco grandes religiões.

Ser “evangélico”, portanto, é uma forma de viver a espiritualidade cristã, e nesse caso podemos dizer que existe uma “espiritualidade cristã evangélica”. Por trás da expressão “outra espiritualidade” está a sugestão de que existe uma outra maneira de viver a espiritualidade cristã, diferente da maneira como os evangélicos a vivem. Na verdade, o livro procura demonstrar sob vários enfoques, que a “espiritualidade evangélica” está cada vez mais distante do que se pode considerar uma “espiritualidade cristã”.

Ed René Kivitz

UM CONVITE À DOCE REVOLUÇÃO – O Reino é simples!

Artigo 1 – Fica decretado que agora não há mais nenhuma condenação para quem está em Jesus, pois o Espírito da Vida em Cristo livra o homem de toda culpa para sempre.

Artigo 2 – Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive os Sábados e Domingos, carregam consigo o amanhecer do Dia Chamado Hoje, por isso qualquer homem terá sempre mais valor que as obrigações de qualquer religião.

Artigo 3 – Fica decretado que a partir deste momento haverá videiras, e que seus vinhos podem ser bebidos; olivais, e que com seus azeites todos podem ser ungidos; mangueiras e mangas de todos os tipos, e que com elas todo homem pode se lambuzar.Parágrafo do Momento: Todas as flores serão de esperança, pois que todas as cores, inclusive o preto, serão cores de esperança ante o olhar de quem souber apreciar. Nenhuma cor simbolizará mais o bem ou o mal, mas apenas seu próprio tom, pois o que daí passar estará sempre no olhar de quem vê.

Artigo 4 – Fica decretado que o homem não julgará mais o homem, e que cada um respeitará seu próximo como o Rio Negro respeita suas diferenças com o Solimões, visto que com ele se encontra para correrem juntos o mesmo curso até o encontro com o Mar. Parágrafo que nada pára: O homem dará liberdade ao homem assim como a águia dá liberdade ao seu filhote para voar.

Artigo 5 – Fica decretado que os homens estão livres e que nunca mais nenhum homem será diferente de outro homem por causa de qualquer Causa. Todas as mordaças serão transformadas em ataduras para que sejam curadas as feridas provocadas pela tirania do silêncio. A alegria do homem será o prazer de ser quem é para Aquele que o fez e para todo aquele que encontre em seu caminhar.

Artigo 6 – Fica ordenado, por mais tempo que o tempo possa medir, que todos os povos da Terra serão um só povo, e que todos trarão as oferendas da Gratidão para a Praça da Nova Jerusalém.

Artigo 7 – Pelas virtudes da Cruz fica estabelecido que mesmo o mais injusto dos homens que se arrependa de seus maus caminhos terá acesso à Arvore da Vida, por suas folhas será curado, e dela se alimentará por toda a eternidade.

Artigo 8 – Está decretado que pela força da Ressurreição nunca mais nenhum homem apresentará a Deus a culpa de outro homem, rogando com ódio as bênçãos da maldição. Pois todo escrito de dívidas que havia contra o homem foi rasgado, e assustados para sempre ficaram os acusadores da maldade.Parágrafo único: Cada um aprenderá a cuidar em paz de seu próprio coração.

Artigo 9 – Fica permanentemente esclarecido, com a Luz do Sol da Justiça, que somente Deus sabe o que se passa na alma de um homem. Portanto, cada consciência saiba de si mesma diante de Deus, pois para sempre todas as coisas são lícitas, e a sabedoria será sempre saber o que convém.

Artigo 10 – Fica avisado ao mundo que os únicos trajes que vestem bem o homem diante de Deus não são feitos com pano, mas com Sangue; e que os que se vestem com as Roupas do Sangue estão cobertos mesmo quando andam nus.Parágrafo certo: A única nudez que será castigada será a da presunção daquele que se pensa por si mesmo vestido.

Artigo 11 – Fica para sempre discernido como verdade que nada é belo sem amor, e que o olhar de quem não ama jamais enxergará qualquer beleza em nenhum lugar, nem mesmo no Paraíso ou no fundo do Mar.

Artigo 12 – Está permanentemente decretado o convívio entre todos os seres, por isso nada é feio, nem mesmo fazer amizades com gorilas ou chamar de "minha amiga" a sucuri dos igapós. Até a “comigo-ninguém-pode” está liberta para ser somente a bela planta que é.Parágrafo da vida: Uma única coisa está para sempre proibida: tentar ser quem não se é.

Artigo 13 – Fica ordenado que nunca mais se oferecerá nenhuma Graça em troca de nada, e que o dinheiro perderá qualquer importância nos cultos do homem. Os gasofilácios se transformarão em baús de boas recordações, e todo dinheiro em circulação será passado com tanta leveza e bondade que a mão esquerda não ficará sabendo o que a direita fez com ele.

Artigo 14 – Fica estabelecido que todo aquele que mentir em nome de Deus vomitará suas próprias mentiras e delas se alimentará como o camelo, até que decida apenas glorificar a Deus com a verdade do coração.

Artigo 15 – Nunca mais ninguém usará a frase “Deus pensa...”, pois, de uma vez e para sempre, está estabelecido que o homem não sabe o que Deus pensa.

Artigo 16 – Estabelecido está que a Palavra de Deus não pode ser nem comprada e nem vendida, pois cada um aprenderá que a Palavra é livre como o Vento e poderosa como o Mar.


Artigo 17 – Permite-se para sempre que onde quer que dois ou três invoquem o Nome em harmonia, nesse lugar nasça uma Catedral, mesmo que esteja coberta pelas folhas de um bananal.

Artigo 18 – Fica proibido o uso do Nome de Jesus por qualquer homem que o faça para exercer poder sobre seu próximo, e estabelecido que melhor que a insinceridade é o silêncio. Daqui para frente nenhum homem dirá “o Senhor me falou para dizer isto a ti”, pois Deus mesmo falará à consciência de cada um. Todos os homens e mulheres que crêem serão iguais, e ninguém jamais demandará do próximo submissão, mas apenas reconhecerá o seu direito de livremente ser e amar.

Artigo 19 – Fica permitido o delírio dos profetas, e todas as utopias estão agora instituídas como a mais pura realidade.

Artigo 20 – Amém!

Caio

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Nada contra a igreja, tudo contra o igrejismo!

Não sou contra o congregar-se, o culto ou o encontro para celebrações, não. Só não posso ver apenas nisso a essência do evangelho.

Nada contra o caminhar dominical – isso quando não exclui os outros dias da semana nem as outras horas do dia.

Nada contra os jejuns – quando estes não são apenas costumeiros e egoístas, produzidos apenas pela troca; quando não estão longe do próximo e das ataduras do preso; quando não têm caráter meritório diante de Deus nem diante dos homens.

Nada contra o jejum – quando este não é mola de egocentrismos nem estandarte para os espiritualizados, antes secreto como ensinado por Jesus.

Nada contra dízimos e ofertas – enquanto bíblico, tal como nos é ensinado na antiga e na nova aliança: para mantimento e sustento - não do templo, não de cruzadas, não dos eventos, não de viagens, nem mesmo para os carpetes e cadeiras, mas do próximo! Quanto ao templo? Quem é ele se não o próximo!!!

Nada contra o louvor e a adoração – quando este é para o lado e não para cima. O evangelho de Cristo te leva para os lados. Para Cristo, recebê-lo é vestir, dar de comer e visitar o doente. Adora-lo não te remete para cima, mas para os lados.

Nada contra os pastores – quando estes são o que são e não se tornam pelo título nem para o título, simplesmente são. Com seus erros e pecados, carentes da glória de Deus, sem serem juizes do que também cometem, nem tentarem ser o que cabe a graça ser e fazer, mas, simplesmente, são.

Nada contra os eventos – quando estes produzem vida e saciam a fome do corpo, enquanto Deus sacia a fome da alma, a liberdade e a santidade que dEle mesmo se pode produzir.

Nada contra expulsar o demônio – quando este for visto como um ser vencido e não mais for posto no trono que pertence a Cristo.

Nada contra os que expulsam o demônio – quando estes reconhecem que o ser infernal que tanto amarram e expulsam é sua imagem e semelhança.

Nada contra a igreja, tudo contra o igrejismo! Luciano Carvalho

A igreja confessa...


“A igreja confessa não ter cumprido, com suficiente clareza, a sua missão, que consiste em anunciar o Deus único, que se revela em Jesus Cristo e que não tolera outros deuses.

A igreja confessa sua covardia, seus desvios seus perigosos compromissos. Ela negou constantemente sua missão, que é pastorear e consolar, e negou constantemente misericórdia aos exilados e desprezados. Ela ficou muda, quando devia ter falado, pois o sangue dos inocentes clamava dos céus. Ela não encontrou a palavra certa, dita de modo certo, no momento certo. Ela não lutou até o sacrifício contra a negação da fé e tornou-se então, responsável pela impiedade das massas.

A igreja confessa ter presenciado em silêncio e passivamente o uso arbitrário da força, o sofrimento moral e físico, o ódio e o crime. Ela se tornou responsável pela morte de irmãos mais fracos e desamparados. A igreja se declara culpada diante dos Dez mandamentos e confessa ter negado a Cristo. Ela não testemunhou a verdade de tal maneira que todo o conhecimento e toda a ciência pudessem reconhecer sua origem divina na verdade anunciada pela Igreja. Ela não anunciou a justiça divina de tal maneira que toda a injustiça humana pudesse reconhecer sua origem divina na justiça anunciada pela Igreja. Ela não mostrou a misericórdia divina de tal maneira que toda a atividade humana pudesse reconhecer sua origem divina na misericórdia anunciada pela Igreja.

A Igreja se declara culpada de ter feito desaparecer, pelo seu silêncio, toda a ação responsável, toda a coragem de enfrentar a adversidade e toda a disposição de sofrer por aquilo que é justo.

A igreja se declara culpada de ter deixado que a autoridade se desviasse de Cristo!”


Carta de Dietrich Bonhoffer na prisão.

A visão a serviço do Reino de Deus



Textos base: Mateus 9 vs 35-38 e Mateus 6 vs 22 e 23

Nos textos acima Jesus deixa bem claro a importância da visão que temos em relação às coisas ao nosso redor. Uma conversão genuína implica também a conversão não somente do nosso coração, mas principalmente dos nossos sentidos, uma coisa não acontece sem a outra. Toda visão que temos a respeito do Reino de Deus, implica necessariamente a visão que temos em relação às pessoas.

Toda visão implica necessariamente três pontos:

  • Meu ponto de vista (individual)
  • Ponto de vista dos outros (coletivo)
  • Ponto de vista do observado (o alvo da observação)

No processo de conversão Cristo deverá atuar em nós, para que não mais olhemos as coisas com os nossos olhos, mas obrigatoriamente a partir do ponto de vista de Deus. Há uma grande diferença nisso:

A imagem é, e pode ser manipulada: Nem tudo que é bonito para os homens será bonito para Deus, na maioria das vezes julgamos pela aparência e Deus julga pelo coração. Aquilo que os homens desprezam e julgam inválido, na maioria das vezes é o que Deus geralmente vê como precioso e valoroso. Exemplos:

- Quando o povo de Israel escolhe Saul (pela boa aparência) para ser rei x Quando Deus manda Samuel ungir o jovem Davi como rei (aparentemente inferior a Saul)

- Quando Gideão escolhe 30 mil homens (aparentemente bom número) para guerra x Deus no final fica somente com 300 (aparentemente uma desvantagem numérica)

Ponto de vista cristão: Toda conversão da visão implica um ponto diferenciado em relação aos 3 anteriores, pois, agora é necessário VER TUDO A PARTIR DO PONTO DE VISTA DE DEUS. Enquanto Deus não operar na nossa visão sensorial, nunca irá atuar através de visão espiritual.

A imagem que Deus tem do homem:

Gênesis: Deixa bem claro que todo homem carrega em si a imagem e semelhança da imagem de Deus, independente dos seus pecados.

Marcos 8 vs 22-25: Jesus cura um cego em 2 etapas. A pergunta que me faço é a seguinte: Ele não poderia ter sarado aquele cego com apenas um toque? Então por que não o fez assim? Jesus toca os olhos daquele cego e lhe pergunta (versículo 23) se via alguma coisa. A resposta que o cego dá está no versículo 24: "E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam". Então Jesus novamente toca seus olhos e então no versículo 25, " Depois disto, tornou a pôr-lhe as mãos sobre os olhos, e fez olhar para cima: e ele ficou restaurado, e viu cada homem claramente."

O que fica evidente nessa passagem é que enquanto vemos as pessoas como "árvores que andam" ou "objetos/coisas que andam" o milagre de Cristo ainda não está feito na nossa visão. Somente estamos sarados da visão quando vermos com diz no versículo 25 "CADA HOMEM CLARAMENTE".

Talvez conheçamos Cristo, mas talvez não enxergamos como ele enxergava. Ou olhamos pessoas como homens que carregam a imagem e semelhança de Deus, independente de suas falhas, ou então agiremos como os fariseus, cheios de justiça própria, conhecedores de Deus, mas juízes dos homens, caso isso ainda ocorra Jesus precisa dar o segundo toque em nossos olhos. Ou essa conversão nos torna fariseus ou simplesmente servos de Deus que aplicam o amor e a misericórdia de Deus.

Outros exemplos:

Atos 10 vs-9-23 (Pedro convencido ou convertido?): Pedro considerava impuro aquilo que Deus já havia purificado.

Mateus 9 vs 35-38: Jesus chama de "OS CAMPOS ESTÃO BRANCOS PARA CEIFA / OVELHAS SEM PASTORES" uma multidão de pecadores, e ao mesmo tempo POUCOS SÃO OS TRABALHADORES, talvez porque olhamos as multidões com as lentes de fariseus, cheio de justiça própria, ao invés de ter as lentes de Cristo, cheia de COMPAIXÃO e AMOR. Como vemos as multidões? Um bando de pecadores ou ovelhas sem pastores? Um bando de gente que vai para o inferno e maldita ou campos brancos para ceifa? A frase de Jesus ainda se repete. POUCOS SÃO OS TRABALHADORES. O ponto central dessa passagem é a forma como olhamos o próximo. Qual lente usamos?

Toda visão é obrigatoriamente incorporada: Mesmo enxergando as coisas com o ponto de vista de Cristo temos que obrigatoriamente incorporar sua atitudes. Ver não é suficiente, quando não se age, como ele agiu. Ou somos transformados em pequenos 'samaritanos' ou em clones de fariseus. Vide a parábola do bom samaritano. Ou vemos e fazemos o mesmo que o samaritano, ou então nos tornaremos os religiosos da parábola que passam de lado, indiferentes ao sofrimento do próximo.

Conclusão: O chamado ainda continua. Jesus só vai atuar em nossas vidas quando transmitirmos a esperança às pessoas como Ele transmitia. Quando as dores de Deus forem as nossas dores, quando a visão de Jesus estiver em cada um de nós, certemente a compaixão e o amor estarão em nosso coração. Ele terá espaço para trabalhar em nós, mas para isso é necessário mudar nossa visão em relação ao próximo. Transmitimos juízos ou misericórdia? Somos juízes ou servos do Reino do amor e compaixão? Somos representantes da religião farisaica ou do Cristo?

Para meditar:

"A beleza está nos olhos de quem vê" - Augusto Cury
"Todo ponto de vista é a vista de um ponto" - Leonardo Boff
"Receber uma visão de Deus é algo tão profundamente espiritual quanto profundamente prático" - Bill Hybels